A motivação do tema do artigo partiu das discussões do grupo de estudos em Jung do Labô (PUC/SP), e também da prática clínica durante a pandemia em 2020. Em parceria com mais duas colegas, iniciamos a discussão sobre a relação do vírus e os humanos, que hospedam e dão condições orgânicas para a reprodução do vírus, sendo assim pensamos qual seria nossa responsabilidade consciente na disseminação dele e para o enfrentamento psíquico da pandemia.
O artigo pode ser lido na íntegra no site da revista Offlattes aqui.
O filme relata a história de uma mulher e suas descobertas na vida. Através de uma relação conturbada com a própria mãe, ela desperta um novo olhar para os pais e vai se redescobrindo como filha, mãe, profissional, esposa, mulher. Uma história sobre um trajeto que todos nós temos que fazer, o de reconhecer nossos pais em nós. Não para nos submetermos e nem para estarmos ligados pela oposição, mas sim para descobrirmos nossos próprios caminhos.
Há casos em que as mulheres vivem em pé de guerra com a mãe e encontram no pai um lugar de conforto, muitas vezes, esses pais estão sendo cuidados pelas filhas e elas não conseguem vê-los como são. Há outros em que as filhas vivem identificadas com a mãe, tentando viver uma vida para compensar o sofrimento que elas viveram. Ambos são aprisionamentos do feminino.
Um tema muito importante tratado no filme é a transgressão. No dicionário Larousse Cultural transgredir é passar além de; atravessar; violar uma norma, infringir.
A partir desse significado proponho uma reflexão: O que se deve fazer ao atravessar a rua?
É preciso olhar, reconhecer o espaço, se ater aos detalhes, aos carros que passam, às outras pessoas que também circulam para decidir quando é possível atravessar de um lado para o outro sem que algum carro o atropele, embora o risco seja iminente. Nesse sentido, transgredir é ir embora, atravessar, mas também reconhecer o espaço para sair dele. Do ponto de vista psicológico, o grande desafio da transgressão é não ser atropelado durante o ato, é infringir com os pés no chão. Sem isso, não existe consciência e todo o processo pode se perder no meio do caminho. Transgredir é um ato de coragem, de reconhecimento e desenvolvimento, um processo criativo e de transformação.
A série Anne with an e disponível no Netflix é baseada no romance Anne de Green Gables. Relata a história de uma orfã que é adotada por um casal de irmãos, eles esperavam um menino, mas recebem uma menina. Já com essa informação a série aborda as diferenças entre ser um homem e uma mulher, mesmo se passando no século XIX, a série desenvolve temas contemporâneos, como bullyng e feminismo. Além de afetos humanos como amizade, raiva, rejeição, amor, empatia.
Um programa para toda a família, Anne with an e é um drama emocionante, em que a rica imaginação de Anne a ajuda a elaborar as dificuldades que vive, ao mesmo tempo em que dificulta algumas relações.
A criatividade, essa força da ordem do não racional, se mantêm viva na vida de Anne, apesar de todas as adversidades, e se torna uma forte aliada para o seu desenvolvimento. Para a psicologia junguiana, um afeto catalisador é aquele que oferece a possibilidade de através dele reconhecer o que se tem de melhor. Ao ser adotada, Anne tem a primeira oportunidade de ser amada e ela não quer perder essa chance. Juntos, afeto e criatividade são os combustíveis que movem Anne a reconhecer seus valores e construir a própria vida.
Anne with an e desperta emoções e sentimentos, os personagens da série nos fazem reviver dramas de nossa própria história, oferecendo uma boa oportunidade para resignificar os acontecimentos. Como diz Anne: “Não é maravilhoso que cada dia possa ser uma aventura?”
Escrevi para o site Superela um texto para mães e filhas, nele falo sobre mães abusivas e a busca pela aceitação, utilizei o filme Enrolados da Disney como ilustração.
Acesse o texto aqui:
"Eu acredito que todos nós temos um destino, nós o vivemos ou fugimos porque estamos com medo de viver nossa realidade.
Eu me sinto abençoada, eu não tive escolha. Eu fui forçada através dos sonhos, das respostas do meu corpo, da doença a me render.
A rendição parece a morte, mas se você vai viver a jornada completa da sua alma e encontrar sua dimensão espiritual, você irá por esse caminho e entregará sua velha vida à nova.
Eu não vejo a rendição como falha. Eu teria simplesmente morrido se eu não tivesse visto que na morte estava o nascimento de uma nova consciência" ( Marion Woodman) - Minha tradução livre. O trailler do documentário "Dancing in the flames" pode ser visto aqui.
Por volta dos 8m30s dessa entrevista, Viviane Mosé discorre sobre o sofrimento em nossa vida e sociedade.
"Uma das razões do sofrimento é o rompimento da alma para ela se tornar maior. E quando ela se torna maior, ela cabe mais mundo, ela permite mais contradição. Uma pessoa amadurece quando ela lida melhor com o sofrimento. ..O que o sofrimento quer de mim? Que aspecto da minha alma precisa crescer e se transformar? ...Alegrar-se é ser capaz de sustentar o infinito." (Viviane Mosé)
Veja o vídeo na íntegra aqui.
Nesse vídeo, Jout Jout apresenta o livro A parte que falta de Shel Silverstein e provoca uma reflexão sobre "a falta que faz a falta". De maneira leve, o livro nos faz perceber a incompletude da vida e seu significado para o próprio movimento dela. Aproveite e reflita sobre como você lida com a falta na vida. Veja o vídeo aqui.